Figos com Pão
Em criança o jogo era subir às árvores numa aventura de heroína imitando irmãos rapazes, e em que o traje sendo um empecilho, aliado à falta de treino, causava joelhos ou tornozelos arranhados, mas compensando num enorme prazer pelo repasto e pelo símbolo do triunfo de habilidades de garota.
A bela figueira, que havia para lá do muro da escola, era grande, quase selvagem, mas majestosa. O tronco cinza salpicado de manchas brancas não era muito longo, e ramificava-se generosamente, para, que a pequenada o trepasse até quase perto da sua densa e frondosa copa. As folhas eram largas verdes e recortadas como hastes de veado. Os frutos carnudos e luzidios pendiam dos galhos, uns rijos, outros suculentos, pingando seiva de mel num rogo de descoberta do seu interior. Outros já meio abertos pelo labor dos pássaros, perfumavam a brisa cálida e brilhavam exibindo múltiplas sementes do rosa ao violáceo cobertas de cintilo melaço, que só os lábios sabem saborear.
Era assim, que em dias quentes, eu trepava algumas daquelas pernadas, num movimento de equilíbrio e atrapalhação apanhando pelas minhas pequenas mãos, alguns frutos numa sofreguidão e num misto de medo, desejo e gula.
Por vezes no meio da precipitação soltava-se a desilusão, quando o fruto apanhado no embaraço, ao abrir, mostrava-se ainda verde de leite, seco e desbotado.
Porém, os maduros, esses eram de pele fina, moles, com mil sementes, cobertos de suco doce de mel. Comiam-se aos pares, esquecendo as horas e no final limpavam-se as mãos ao bibe, ficando com o carimbo das marcas de tal façanha, acreditando piedosamente, que correndo para casa, chegaria sempre com um ar de menina bem comportada.
Eram assim alguns finais de tarde bem passados, em que na inexistência da atual tecnologia, se experienciava a aventura, e o transgredir dos limites. Conheciam-se os aromas de um fruto, as cores, os paladares e se vivenciavam as emoções do brincar e do aprender, retendo algumas memórias, que hoje se tornaram em belas e felizes recordações.
Hoje, claro que já não subo às árvores, :) mas aprecio figos com o mesmo prazer e vontade. A minha opção preferida é a mais simples. Abro-os ao meio e como-os com uma fatia de pão.
Que engraçado, essa é a minha maneira favoritra de saborear os figos! Com uma bela fatia de pão, preferencialmente broa de milho!
ResponderEliminarEu é mesmo sem pão , vai casca e tudo...
ResponderEliminarBjoka
RIta
ADORO FIGOS E TENHO COMIDO MUITOS ,ASSIM AO NATURAL É COMO SABEM MELHOR .
ResponderEliminarBJS
Pois é amiga, tens razão a infancia do antigamente era muito mais saudavél...
ResponderEliminarQuantos aos figos, eu adoro, e recordei quando ia de férias ao Norte, ver os meus avós, que também gostava de ir apanhar figos.
Gostos deles como tu, com pão é uma delicia !
Beijinhos.
Hummm,esses figos são uma perdição,doces e suculentos. Fazem realmente lembrar a infância.
ResponderEliminarTens um selinho para ti lá no meu blog. Espero que gostes.
Bjs
Márcia
Adoro figos com pão ou mesmo sem ele! E ainda me sabem melhor se forem comidos na hora, sentada debaixo da figueira do terreno do meu pai e apanhados um a um:)
ResponderEliminarbeijinhos
umm!!!olá amada vim conhecer teu espaço , gostei e já estou seguindo deixo este mimo pra iniciarmos uma linda amizade
ResponderEliminar....._.;_'.-._
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Eu não gosto de figos só secos mas adorava também subir as arvores para apanhar depois distribui-a lol
ResponderEliminarSaudades desses tempos.
Beijinhos
http://amadeirensecarlasofia.blogspot.pt
Eu gosto muuito de figos maduros, só que mais ainda de um bom doce de figos, pois tenho um pé de figos no meu quintal, bjs.
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